De
manhã, novamente em défice de horas de sono porque sim, porque tenho que mudar
de vida e já não tenho paciência pra mim e não-sei-quê, acordo e já estou
no chão para a habitual bateria de abdominais. Ora, em vez de começar a dar-lhe vem-me
isto: “tenho mesmo a mania de justificar os actos das pessoas”. Pronto, já vou
começar a reflectir, e agora e agora, eu quero é fazer abdominais, que merda pá.
E fico a pensar que consumo imensidões de tempo nesta gaita desta mania. Que não
descanso enquanto ora construo ora desconstruo mentalmente as atitudes das
pessoas e cá no meu mundinho acho quase sempre que consigo explicar porque é
que isto ou aquilo aconteceu assim ou assado. Quanto melhor conheço a pessoa
pior é porque há mais matéria para relacionar, atribuir razão, processar. Nesse
processo específico não me interessa o valor porque não julgo as acções, o que
me preocupa é a lógica subjacente. Sou daqueles chatos que entendem que tudo
tem uma razão de ser e que até os gostos não só se discutem como se explicam.
Nunca percebi se isto me acontece por uma questão de natureza, por educação, ou
por influência profissional. De quando em vez sou confrontado pelas minhas
pessoas que se admiram de eu gastar tempo nisto, como se de um disparate se
tratasse. Ficam enfadadas e não me passam cartão. Não sabem que mais me admiro
eu de elas não se incomodarem em saber o porquê, não das coisas, mas das
pessoas. Desconfio que daria um excelente advogado. De defesa. Ou do diabo.
E
agora tenho que ir ali dormir menos de cinco horas, não sem antes vos deixar
com a melhor parte: o que é que eu queria dizer com este texto? Nada, não
queria dizer rigorosamente coisa nenhuma, foram minutos de absoluta
inconsequência. Tenham todos um resto de noite. Sinto-me mais ou menos e isso é
indiferente e eu detesto a indiferença, pelo que me sinto, afinal de contas,
mal. Começo a frase a sentir-me mais ou menos e três palavras depois já concluo
que na verdade me estou a sentir mal. Percebem, isto mói.
14 comentários:
Seria um advogado bonzinho e implacável. Não sei o que é que isto quer dizer.
Não me dês ideias. Estava tão sossegado.
O Miguel paga-me em alcool para eu deixar comentários no blog dele.
Cardhu Reserva Especial.
O Miguel é bom tipo. Tá um bocado danificado, mas meninas, vão por mim: vale muito a pena.
E sabe fazer bilros!
E macramé!!! Tenho lá um tapete na casa de banho que ele me deu, todo em pesponto, que é um luxo. Mão santas.
O meu whisky?
O Miguel é chato.
Abaixo o Miguel.
Basta de Miguel.
Basta!Pum!Basta!
Com duas pedras de gelo, tá bem?
Grata.
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