domingo, 13 de novembro de 2011

Palavra


Ontem regressou ao teatro São Luiz o espectáculo Clube da Palavra. Sala Jardim de Inverno, 23:30h. Fomos lá ver.

“Cantada e dita, gritada e sussurada, desenhada e musicada, lida e improvisada, a palavra é o pretexto para reunir alguns dos melhores palavristas durante 60 minutos de espectáculo”. Foi mais para 90 minutos, por sinal. Os artistas da noite eram António Zambujo, Miguel Horta, Raquel Lima, Penicos de Prata e António Jorge Gonçalves. Este espectáculo é uma espécie de mostra do que acontece no programa com o mesmo nome que passa no canal de televisão ‘Q’ e é uma sessão única, ou seja, agora só quando lhes apetecer voltar.

Os Penicos de Prata estiveram bem, a cantar António Botto esse malcriadão, numa onda clássica cujo contraste espanta sempre ao início. Do Miguel Horta não gostei muito. Não me parece que seja um contador de histórias daqueles natos, senti que se esforçou muito. Ou então as histórias foram mal escolhidas. Das coisas que mais prazer me dá na vida é ouvir contar histórias, quando era puto era à minha avó que lhe pedia que repetisse as mesmas histórias até à exaustão e por conseguinte rendo-me com facilidade a um bom contador de histórias. O reverso disto é que sou exigente. O António Zambujo cumpriu o que já se esperava e cantou o Zorro, canção que sempre me emociona porque aquela coisa de "foi ela que pediu" mostra a um gajo que grandes feitos são possíveis, e ainda cantou mais umas quantas. Os desenhos do António Rodrigues nasciam em tempo real e eram projectados numa tela enquanto o artista fazia o seu número. Estava fixe e dinamizava o quadro. Mas meus amigos, a razão de me apetecer escrever o post chama-se Raquel Lima. Esta moça vai dar que falar, considerem-me. Poetisa, esteve em palco a dizer (representar) obras dela. Poesia muito realista e actual, extremamente inteligente, brinca com as palavras e consegue ironias desarmantes. Uma tremenda contadora de histórias, digo. Impressionou-me a humildade dela em palco.

Deixo uma foto com a já famosa fraca qualidade visual que me assiste em fotografia, tirada no final com todos em palco. O Zambujo está ao centro com a guitarra e à sua direita (como quem olha prá foto) está a Raquel.



Perdoai-me senhores, nunca mais arranjo uma câmara fotográfica compacta ó caneco. Senti uma vontade súbita de vir aqui dizer que a sala principal do São Luiz é muita bonita, saco do telemóvel e sai isto. Era desnecessário, não era? Vista do palco ele mesmo. Desculpai.



De seguida rumo à Bica e ao Cais do Sodré para copos, as minhas companhias femininas (plural) eram incrivelmente espectaculares (roam-se) e armei-me em esperto com duas delas que não conhecia, dizendo que era filósofo e que tinha uma filha chamada Nastenka e etc. A amiga comum apoiou-me e a coisa ia, mas às tantas fala-se em assuntos mais materiais, pela boca morre o peixe e foi-se o embuste. O que vale é que as raparigas eram do melhorzinho com que tenho saído, não desfazendo.



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