domingo, 30 de outubro de 2011

Potente


Róisín Murphy, na altura na formação Moloko, saudosos Moloko – o que é bom sempre acaba -, numa performance ao vivo para o tema Forever More, em que sinceramente ainda não decidi quem é que está melhor: se ela, se a banda. Um verdadeiro festival! É de ver. Até ao fim.



Espirituoso


Manuel Cajuda ao Record, a propósito da vitória contra o V. Setúbal:

“Acima de tudo destaco a inteligência da equipa na segunda parte, sabendo que devia trocar o brilhantismo pela humildade, soube ter ranho no nariz, limpar com o dedo e limpar às calças”.

Ó Cajuda, pá! Quando é que te vemos a treinar um dos três grandes?? Temos que dar mais alcance a toda essa panóplia de recursos que tu tens, e na União de Leiria sinto-te amordaçado, inibido.

A senhora do dia

Apresento-vos uma senhora. De sua graça, Tróia. Vista a 113 m de altitude, da Serra da Arrábida, de um ponto inacessível a veículos automóveis (aliás, mesmo a pé só se for a pagar uma promessa), e num domingo soberbo. O olho não é o melhor (tlmv), mas foi o que se pode arranjar. 


É também por estas - e por outras, pronto - que um homem resolve dedicar-se a sofrer como raramente sofreu (e note-se que há um passado desportivo bem puxadote atrás desta pessoa), andar horas a pedalar que nem um doido, em grande parte do tempo acima de 170bpm, com dois dedos dormentes, uma mão lesionada, a rasgar por single tracks em que as silvas brincam à vez a tentar jogar-nos ao chão e às vezes conseguem e vemos-estrelas-a-sério-que-vemos, por cima de calçadas romanas que, para além de indescritíveis, por vezes ainda aparecem... a subir, a engolir moscas de vez em quando (perseguem-nos impiedosamente sempre que a velocidade vem abaixo dos 6km/h - os estupores não voam mais depressa, as bestas! Bichinho irritante! - e para irmos a essa velocidade é porque a respiração se aproxima de um quadro de síncope cardíaca ou assim e, por conseguinte, ir de boca aberta é mato), ter mais sede do que no deserto e o cabrão do reservatório estar vazio, sentir os quadrícipes a não responder e o desespero e a vergonha de estar a trepar na última desmultiplicação. Enfim, mas vale sempre a pena. Bom, agora vou ali ficar de molho, tá?

"Não há espaço para as pessoas que não queiram trabalhar, para a não produtividade, no Portugal de hoje."

O título é de um post do Fernando Martins no seu blog, post esse que transcrevo de seguida:


Caro Fernando, para ser sincero custa-me a acreditar que o homem tenha dito realmente aquilo, isto é, considerando que vem de quem vem (não o conheço, mas certamente terá algum valor para estar na posição em que está - vá lá, vamos não esquecer o princípio da presunção de inocência, bla bla bla), aquelas afirmações devem ter que ser contextualizadas. Ou então o jornalista percebeu e/ou transcreveu mal - isto aqui não é a América, onde existe um fanatismo pela ‘revisão’.
Seja como for, só a ideia de que a produtividade é proporcional ao número de horas trabalhadas, é um atentado à inteligência. Em primeiro lugar, não é. Matematicamente, não é. A produtividade corresponde ao rácio entre a produção e o número de horas trabalhadas, pelo que, no máximo, seria inversamente proporcional ao número de horas trabalhadas :) (ok, piada fácil). Em segundo lugar, fáxavor olhe-se para o modelo escandinavo, por exemplo: altíssima produção com poucas horas de trabalho.
É evidente que a quantidade de trabalho é importante, mas nunca pode ser analisada sem considerar a produção que desse trabalho advém. No meu entender, não se pode mexer mais no denominador da produtividade em Portugal. O problema está no numerador, ou seja, na produção. É fraca e defeituosa. E isso minha gente, julgo que está relacionado com a "arte" e não com a "força".

sábado, 29 de outubro de 2011

O Sr. Feynman


O Sr. Richard Feynman, já falecido, ex-Nobel da Física (prémio que, por sinal, não considerou como fazendo sentido, no sentido em que realmente detestava “honras”. “Honras” incomodava-o genuinamente e não, não era falsa modéstia. A propósito, ocorre-me que não sei como é que aconteceu a entrega do dito Nobel. Nota para investigar mais tarde) e agente da sabedoria, acompanhou toda a minha adolescência na forma de autor de livros sobre coisas e influenciou-me irremediavelmente na forma de pensar e, sobretudo, de estar. Deixo-vos três minutos de puro deleite em que, num exercício de dificílima simplicidade, o Sr. Feynman estabelece uma comparação entre o processo de compreensão da Natureza e a aprendizagem das regras de um jogo (xadrez, no caso) a partir da sua observação. Isto, minha gente, é a personificação da clarividência e vale muito a pena ver e ouvir.
Ainda voltarei a Feynman. Inevitavelmente.




sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Luzes, câmara, som!

Estive ali no iTunes e reparei que tenho este tema no top-10 das mais ouvidas (entretanto estou a tentar limpar o contador, porque me apetece). Desloquei-me então ao ciberespaço a ver se encontrava correspondência com uma gravação live, e “sim-senhor-temos-disso-quantas-quer”.

Local: Montreux. Data: 1991. Sentem-se confortavelmente, coloquem os phones (isto é importante, porque a qualidade da gravação já é suficientemente má no modo tutubo), aumentem consideravelmente o volume e assistam ao que o homem conseguiu fazer de uma composição originalmente pop.

Obrigado, Miguel. De nada.





J., continuo a achar-te uma besta por não entenderes a genialidade do que aqui está, só porque tocas baixo e tens a mania. Já esse trash-rock que ouves, não te faz impressão? Um abraço, queres ir levar um tareão no domingo? Serra da Arrábida. Vais sofrer pouco, vais.

Bolsa


Isto é a evolução do juro da dívida pública italiana, a 10 anos. Neste gráfico não se vê bem, mas o que sucede é que, no primeiro leilão após o carnaval de ontem com aquela cimeira pseudo-iluminada em que se decide que a dívida grega é para reestruturar (the devil is in the details... na Europa é tudo difuso, irra!), o juro (yield) superou os 6% (6,06%), batendo o recorde desde que a Itália entrou na moeda comum. Não deixa de ser relevante a reacção do mercado após a tal cimeira, não?! 
Bom, por outro lado, embora de forma mais rebuscada, poder-se-ia considerar que o aumento do yield poderá estar relacionado com uma fuga momentânea do capital para activos de maior risco (risk-on strategy) devido à euforia em Nova Iorque... que por sua vez esteve relacionada com a tal cimeira (isto é tecnicamente simples, mas psicologicamente extremamente complicado de explicar. Aliás, se assim não fosse, já o Deep Blue da IBM ou algum jingarelho semelhante estava a render!). Não tenho agora aqui em quantas vezes é que a procura superou a oferta (seria um dado interessante) nesse leilão, mas vendeu-se no extremo superior do intervalo expectável.

Tudo isto para dizer o seguinte: estamos a viver tempos notáveis! É fantástico assistir a tudo o que se passa deste lado. Não me canso de falar no assunto. O problema tem solução e é política e cultural. Nada mais. Andamos a namorar uns com os outros há anos, e não há necessidade. Bem... se assim não fosse como é que se alimentavam os especuladores (ou ex-especuladores, melhor dizendo) como eu?!



Don't stop believing


Tentei um cabelo assim. Mas ele não crescia liso e tratá-lo com o secador era um bocado fanchono, mesmo para a época. Desisti. Com grande pena. Da minha avó, essencialmente - porque a seguir iniciei uma campanha multianual em que cortava com máquina 1 e ela aborrecia-se para lá de muito com o facto. Muito mais tarde voltei a tentar, com a esperança de que talvez as alterações hormonais tivessem produzido o milagre do alisamento por via do comprimento da madeixa (no fundo, era tipo achar que se o cabelo fosse meeeeesmo comprido, a força gravítica o forçaria a ficar como que mais ou menos escorrido). Enganei-me, logicamente. É tão triste quando um homem feito ainda acredita em mitos parvos, como por exemplo acreditar que é possível e, pior ainda, com um certo e determinado grau de probabilidade, que uma super model se apaixone por ele, sendo que para isso bastaria conhecer alguma. Voltei a desistir - do cabelo. Hoje em dia voltei a não ter estilo algum e, portanto, voltei à máquina (para gáudio do barbeiro, que até saliva cada vez que me vê entrar, não só porque lá vou amiúde, mas principalmente porque me subtrai 9,50€ em 15 minutos de trabalho), o que me aborrece, agora a mim próprio. É a vingança dela - da minha avó -, coitadinha, que Deus a tenha em descanso.



And the 'Tomates de Chumbo' award goes toooooo...

Senhoras e Senhores, é com a mente ainda confusa que vos deixo a cena com mais tomates que já vi durante esta minha existência (ou seja, não conta a reencarnação anterior). Mr. Scott Palmer, das séries Jackass:





O Travis Pastrana também fez isto, mas foi mais maricas porque teve mais staff, portanto está excluído do prémio.

Disclaimer… ou, melhor dizendo, momento cócó

Estou in love pela Sara Bareilles. ... Epá, fazer o quê!
Dispenso comentários piadéticos. Depois deixo aqui uns vídeos da musa, pronto. Desculpem.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Resposta múltipla


Premissas:

O funcionário António é encarregado de construção civil, tem competências específicas ao nível da execução, nomeadamente é um profissional hands-on, com “jeito” para a realização de trabalhos vários, ou seja, extravasa as competências tradicionais de um encarregado, e está na empresa há vários anos. Naturalmente, a realização de tarefas hands-on é específica e só é rentável em condições muito particulares.

O funcionário Bernardo é encarregado geral de construção civil, ou seja, tipicamente tem competências e conhecimentos para gerir um grupo de encarregados, para além de que é mais “forte” do que António na gestão de empreitadas na função de encarregado (por exemplo, em empreitadas de maior dimensão consegue realizar tarefas de gestão documental). Porém, falta-lhe a competência ou, melhor dizendo, a disponibilidade mental, para tarefas hands-on, em virtude do estatuto profissional que alcançou (deve notar-se que é extremamente difícil conseguir levar um encarregado geral a realizar tarefas hands-on de forma sistemática). Ainda, está na empresa há bem menos tempo do que António.

Desde que Bernardo está na empresa, os dois nunca se cruzaram em nenhuma empreitada, sendo que António desempenha as funções de encarregado das suas empreitadas, e Bernardo faz o mesmo nas dele. Uma nota para dizer que, na empresa em causa, Bernardo não aplica os conhecimentos de encarregado geral, porque não tem havido oportunidade para isso. Acresce o facto de que é patente uma certa rivalidade entre os dois, por motivos que não vêm agora ao caso.

Problema:

O contexto económico deteriorou-se bastante e em face de, nomeada e mormente, a escassez de trabalho, chega-se a uma situação em que António está desocupado. Sucede que a empresa consegue fechar contrato para uma empreitada para a qual, em teoria, deveria ser nomeado como encarregado, o funcionário Bernardo.

Hipóteses:

Ora, considerando a situação de excepção referida no início do parágrafo anterior, as várias possibilidades são:

  1. Colocar Bernardo como encarregado da empreitada, mantendo António desocupado, com o consequente prejuízo financeiro para a empresa visto que este representa um custo fixo directo.
  1. Colocar António como encarregado da empreitada e, para além de lixar esta merda toda, correr o risco de deixar Bernardo desocupado, o que ainda acarreta um prejuízo maior do que a solução a.
  1. Colocar Bernardo como encarregado da empreitada e…. tcham tcham tchammmm… (golpe de teatro à vista!)… colocar António também na empreitada, mas como subalterno de Bernardo (oh, loucura! oh, solidão!), com a agravante de que António seria SÓ hands-on, ou seja, nem sequer desempenharia as funções de encarregado. É evidente que, nesta solução, as tarefas desempenhadas por António sairiam muito mais caras do que se contratasse pedreiros para a execução dos mesmos trabalhos, por exemplo, visto que um encarregado a assentar tijolo sai mais caro do que um pedreiro a assentar tijolo, como é bom de ver! Contudo e porém, sai mais barato do que ter o homem completamente parado. Esta solução configura um quadro de alta tensão entre os dois funcionários, o que implicaria uma gestão de mestre.
  1. Iniciar um Ponzi Scheme.
  1. A vida deveria ser mais simples, tipo projectar uma central nuclear de vez em quando.
  1. Viver na Suécia.
  1. Tenho uma solução melhor que é ……………….. (preencher o espaço em branco).

Oferece-se um pacote de pistáchios ainda por abrir à primeira pessoa ou animal que acertar.

P.S. qualquer semelhança com nomes ou profissões é pura coincidência, está bem? 


... because I'm no longer in control


Bernie Madoff está preso. Dizem que experiências desse tipo podem funcionar como autênticas catarses. É possível que assim seja. Atente-se na seguinte afirmação do sujeito, retirada de uma entrevista maior, cujo resumo se pode ler aqui. Para mim, isto é de uma clarividência desarmante:

Walters quoted Madoff as saying: "I feel safer here (in prison) than outside. I have people to talk to, no decisions to make. I know I will die in prison. I lived the last 20 years of my life in fear. Now, I have no fear because I'm no longer in control."

E já agora, excerto de vídeo da entrevista à mulher do dito cujo, no “60 minutes”, aqui.

Movies

ISTO É a adolescência. Em 3D.


... e dizia a voz: "Les aventures de Tintin d'après Hergé".

Bolsa

Nota rápida para me congratular com o meu esplendoroso bom senso e visão estratégica, mas ao mesmo tempo miserável sentido de timing e total ausência da noção de 'alavancagem com limites', sem ser à bruta: reestruturaram a dívida grega (ou, em americano, um haircut). Está aberto o caminho certo para a resolução dos problemas que assolam o mundo financeiro e, por consequência, o económico. Não se encontrou uma solução, mas encontrou-se o caminho certo. Há meses e meses que os tipos do lado de lá do Atlântico dizem que a solução é esta, mas aqui deste lado é tudo muito lento (providencial, o post anterior, hem?).
Afinal de contas, não é preciso ser-se grande expert para se fazer umas contas relativamente simples e perceber que ninguém vai conseguir pagar dívida pública nenhuma em montantes que as tragam para percentagens do PIB decentes para países europeus, isto tendo em conta o nível das mesmas e, acima de tudo, as regras financeiras da União que impedem, por exemplo, que se imprima dinheiro. A teimosia em perceber esta evidência é uma teimosia eminentemente política, eleitoralista e, por conseguinte, absurda e retrógrada. No fundo, no fundo, é tudo um problema político. Ou, mais ainda, de cultura. Voltarei a este tema quando voltar, está bem?
Isto tudo para dizer o quê: lá estão os filhos-da-puta dos futuros do S&P a subir que nem uns patetas alegres! Porquê?! Mas porquê?! Não havia necessidade disto. Porque é que não fazem as coisas como deve ser, tipo, sem estes enredos e sem estes suspenses?! Há gente que aposta dinheiro em como vocês vão ser parvos durante mais tempo, sabiam?


Tácticas


Em conversa com o tipo dono do tasco:

- Pois, mas os clientes também têm que perceber que se vêem jantar sozinhos ou com mais-uma-pessoa-vá, não é para estarem duas horas no restaurante! – diz ele, isto a propósito de ter poucos lugares e querer fazer jantares de grupos à noite e não-sei-quê.

Lembrei-me instantaneamente do Canadá (país do qual conheço razoavelmente bem uma província por causa de etc. e tal), onde, ao bom estilo norte americano, nos sentamos numa esplanada, pedimos uma Guinness (esta mania, hã!) e, quando nos preparamos para sinalizar um “tragam outra fáxavor”, já temos a conta em cima da mesa. E isto sucede também em restaurantes mais upscale. O modo de vida acelerado dos norte americanos é um modelo que não funciona cá. Infelizmente?

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Bolsa



O que vos parece? … Não está mal, a senhora, hã! Apresento-vos Virgina Rometty, 54 anos, a nova CEO da IBM. Sam Palmisano está de saída e esta veterana, há 30 anos na empresa, vai desempenhar o papel de chefe lá do burgo. É notícia relevante (para quem segue estes festivais) porque se trata da primeira mulher CEO numa empresa com mais de 100 anos de idade.
Na linha estratégica do anterior CEO, esperam-se grandes investimentos no conceito ‘cloud’ e ‘analytics’, projectando-se um acréscimo de receitas para esses sectores de cerca de 20 biliões de dólares entre 2010 e 2015. Neste registo, ocorre-me invocar Jonathan Schwartz – um gajo que admirei e que muito guito me fez perder - que, se não estou em erro, já há uns anos se bateu ferozmente para conduzir a Sun (na altura cotada, agora adquirida pela Oracle) na direcção do conceito ‘cloud’.
Já agora, algumas citações da dita cuja, num ‘commencement speech’ na sua alma mater este ano:

“You have the skills that can be applied to some of the world’s most significant challenges,” she said. “I know that is what has always drawn me to, and kept me at IBM. IBM’s long- standing mantra is ‘Think.’ What has always made IBM a fascinating and compelling place for me, is the passion of the company, and its people, to apply technology and scientific thinking to major societal issues.”
“Every day I get to ‘Think’ and work on everything from digitizing electric grids so they can accommodate renewable energy and enable mass adoption of electric cars, helping major cities reduce congestion and pollution, to developing new micro- finance programs that help tiny businesses get started in markets such as Brazil, India, Africa,” she said. “After 30 years, I’m genuinely excited to get up and apply those problem- solving skills in ways I would never have imagined when I was sitting where you are.”

Esperemos que tenha uma trajectória distinta da que teve outra colega de género, Carol Bartz (ex-CEO da Yahoo), que saiu pela porta pequena e sem deixar saudades.

Filmes

"(...) pois, pois, e os nossos dois convidados participaram no filme 'O Arquitecto Quebra Bilhas', não foi?..." and so on, and so on - Fernando Alvim, hoje no programa "Prova Oral" da Antena 3. Porque é que isto é digno de nota? Porque a minha mãe ia no carro.

Encarar a evidência


No seguimento de uma conversa de café sobre uma série que anda praí que tem mortos-vivos e cenas aterrorizantes (segundo ela), a miúda do tasco onde almoço muitas vezes – que por sinal é tão boa que valha-me Deus - diz-me assim, convencida de que me estava a transmitir uma novidade interessante:
- Tchiii, vai estrear um filme altamente! Chama-se “A Coisa”.
Depois de me certificar de que era o que estava a pensar, respondo:
- Olha lá, esse filme é baseado num livro de ficção científica com o mesmo título, do Alan Dean Foster, que li por volta de 1989 quando já era adolescente.
Por uns instantes ela levantou ligeiramente as sobrancelhas e abriu os olhos, quase admirada... e sorriu. Eu também, mas por outras razões.

O meu primeiro CD


Quem se lembra do seu primeiro CD? Para quem nasceu fora da era do vinil, é uma pergunta sem sentido, porque não terá sido assim tão marcante. Mas para mim foi. Para quem, como eu, passou a infância a ouvir vinis e cassetes BASF 90 minutos, foi um evento inesquecível. Aliás, posso afirmar com segurança que esse salto tecnológico (a par de outros, é certo) influenciou grandemente o meu interesse pelo fabuloso mundo das máquinas em geral, e essas coisas assim.
Mas voltando à pergunta inicial, lembro-me como se fosse hoje que o meu primeiro CD foi este, cuja capa é a da foto:
 


Frampton Comes Alive: um álbum ao vivo editado em 1976, cujas gravações saíram de um concerto memorável que aconteceu em São Francisco um ano antes. Ainda o tenho, hã! Não o comprei em 1976 (nessa altura só se fosse para chuchar o CD), comprei uns anos mais tarde, quando já tinha idade para pedir dinheiro aos pais. Pois bem, passaram 35 anos(!) sobre essa edição e o senhor, agora com 61 anos, está a fazer uma tour para celebrar o evento. E vem a Lisboa já no próximo dia 5 de Novembro.
Do álbum lembro-me com uma nitidez de arrepiar da sequência de abertura, em que o speaker diz algo como “bla bla bla… who is an honorary member of the San Francisco Society… Mister Peteeeer Fraaaampton!!!” e a multidão delira “Uuuaaaaahhhhhhh”. Seguem-se sem interrupção os primeiros acordes do “Something’s Happening” e a partir daqui é uma viagem de emoções. C’um caraças, recordar isto trás muito mais do que o concerto em si. Isto é A nostalgia, mas em bom absoluto!
Consegui encontrar uma gravação live, precisamente do “Something’s Happening”, não de 1975, mas de 1980. É muito manhosa, mas as outras que encontro são recentes, não têm tanta graça. Aqui está o link, para os apreciadores:


Entretanto, encontrei também uma pérola, o “Do you feel like I do”, sendo que se trata justamente da versão do referido concerto. Foi neste tema que ele se iniciou no uso da célebre TalkBox, que fazia a guitarra "falar", equipamento que descobriu através do Beatle George Harrison.

Enjoy!



terça-feira, 25 de outubro de 2011

É só um blog


Olá a todos, aos que ainda não passaram por cá (primeiro cumprimenta-se a maioria e este é um blog democrático… até ver) e depois aos que estão a ler. Espero que gostem ou que não gostem, mas que se sintam com vontade de comentar ou, no mínimo, que vos faça pensar (arrogância de principiante, é favor não dar importância).

Este é, não só o meu primeiro blog, como o primeiro post de sempre que coloco num blog - cortesia de um cérebro atormentado por muitas coisas e de uma menina que me persuadiu a tornar-me proprietário de um estabelecimento assim.

Será um blog onde me vai apetecer falar de amores e desamores. Em sentido lato. De tudo, portanto. Será um blog sem lugar para a indiferença. Pretensioso? Menos do que humilde, mas ainda assim às vezes, e agradeço se me chamarem a atenção. Mas será sempre sincero e quase sempre coerente.

E é com uma música que abro as hostilidades. É urgente que nos desatemos para a vida, senhores! Queremos ou não queremos voltar (ou chegar) aos dias de glória?!


Versão de 1995, num café em Berlim!