domingo, 30 de outubro de 2011

"Não há espaço para as pessoas que não queiram trabalhar, para a não produtividade, no Portugal de hoje."

O título é de um post do Fernando Martins no seu blog, post esse que transcrevo de seguida:


Caro Fernando, para ser sincero custa-me a acreditar que o homem tenha dito realmente aquilo, isto é, considerando que vem de quem vem (não o conheço, mas certamente terá algum valor para estar na posição em que está - vá lá, vamos não esquecer o princípio da presunção de inocência, bla bla bla), aquelas afirmações devem ter que ser contextualizadas. Ou então o jornalista percebeu e/ou transcreveu mal - isto aqui não é a América, onde existe um fanatismo pela ‘revisão’.
Seja como for, só a ideia de que a produtividade é proporcional ao número de horas trabalhadas, é um atentado à inteligência. Em primeiro lugar, não é. Matematicamente, não é. A produtividade corresponde ao rácio entre a produção e o número de horas trabalhadas, pelo que, no máximo, seria inversamente proporcional ao número de horas trabalhadas :) (ok, piada fácil). Em segundo lugar, fáxavor olhe-se para o modelo escandinavo, por exemplo: altíssima produção com poucas horas de trabalho.
É evidente que a quantidade de trabalho é importante, mas nunca pode ser analisada sem considerar a produção que desse trabalho advém. No meu entender, não se pode mexer mais no denominador da produtividade em Portugal. O problema está no numerador, ou seja, na produção. É fraca e defeituosa. E isso minha gente, julgo que está relacionado com a "arte" e não com a "força".

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