Diz que beber sumo de laranja é salutar. E beber cinquenta
litros, continuará a ser? Diz ainda que a relatividade é um conceito poderoso e tudo
é relativo (mas se tudo é relativo, então o próprio conceito é absoluto, o que
nega a premissa. Logo, estamos perante um paradoxo e começo a ficar enervado
com isto logo de início). E a prova do que afirmo é este prosaico exemplo que
trago a vocelências: estava ali a olhar para uma montanha de tangerinas que
tenho numa terrina, era esta a ligação com o exemplo anterior ok, e resolvi
comer algumas. Porque faz bem, bla bla bla. Só que comi onze. E agora, sinto-me
bem? Pois claro que não me sinto bem, inclusivamente até me sinto bastante mal.
Subjaz ao facto (esta ouvi de uma advogada, não me chateiem) que da quinta tangerina
em diante e até chegar à décima primeira, foi o tempo que levei a compor
mentalmente este post – ter ideias, mesmo parvas, dói. Mais rápido de raciocínio
tivesse sido, menos teria comido. Neste momento já qualquer pessoa de bem conclui
com facilidade que a parvoíce em doses industriais é uma verdade absoluta, no
sentido em que certos exemplos são reconhecíveis como tal onde quer que seja. Bom,
também se conseguem encontrar exemplos de mal absoluto (está provado que afinal
o conceito de relatividade não é absoluto, logo não se dá o paradoxo que me ia
tirar o sono daqui a pouco), que não oferece discussão à luz de qualquer
sociedade e isso assim – como exemplo pertencente à noção de “mal absoluto”, e
para não se dizer que levanto falsos testemunhos, aqui fica um: o acto de matar
velhinhas na estrada abrindo a porta do carro em andamento e batendo-lhes com a
mesma, só porque dá pontos.
Queria fazer um post sobre economia-em-sentido-lato, mas teria
que tirar uma foto. E o livro ficou no carro. Só tenho aqui a máquina fotográfica.
Fica para amanhã, ainda que se importem. Não me sinto bem, suspeito que já
disse acima mas não me apetece ir verificar.
Para já era isto, a ver se nos encontramos nos próximos capítulos.
Agora vou tentar não vomitar.