Apresento-vos uma senhora. De sua graça, Tróia. Vista a 113 m de altitude, da Serra da Arrábida, de um ponto inacessível a veículos automóveis (aliás, mesmo a pé só se for a pagar uma promessa), e num domingo soberbo. O olho não é o melhor (tlmv), mas foi o que se pode arranjar.
É também por estas - e por outras, pronto - que um homem resolve dedicar-se a sofrer como raramente sofreu (e note-se que há um passado desportivo bem puxadote atrás desta pessoa), andar horas a pedalar que nem um doido, em grande parte do tempo acima de 170bpm, com dois dedos dormentes, uma mão lesionada, a rasgar por single tracks em que as silvas brincam à vez a tentar jogar-nos ao chão e às vezes conseguem e vemos-estrelas-a-sério-que-vemos, por cima de calçadas romanas que, para além de indescritíveis, por vezes ainda aparecem... a subir, a engolir moscas de vez em quando (perseguem-nos impiedosamente sempre que a velocidade vem abaixo dos 6km/h - os estupores não voam mais depressa, as bestas! Bichinho irritante! - e para irmos a essa velocidade é porque a respiração se aproxima de um quadro de síncope cardíaca ou assim e, por conseguinte, ir de boca aberta é mato), ter mais sede do que no deserto e o cabrão do reservatório estar vazio, sentir os quadrícipes a não responder e o desespero e a vergonha de estar a trepar na última desmultiplicação. Enfim, mas vale sempre a pena. Bom, agora vou ali ficar de molho, tá?
2 comentários:
passeio espetacular! :)
Este foi realmente demais. E observar Tróia dali...
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