quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

“They were a company stuck in time”


Os gigantes também morrem e é com profunda tristeza, embora com tranquilidade, que assisto a mais um sinal da passagem do tempo. Finalmente, lamentavelmente, a Eastman Kodak, empresa centenária, pede a insolvência. Há horas atrás, a companhia, assim como as suas subsidiárias em solo americano, pediram a reorganização ao abrigo do famigerado Chapter 11 (protecção de credores).

É o corolário de mais de dez anos de agonia e uma queda sistemática na cotação do título. Depois de ter valido 90 dólares por acção (valor ajustado aos stock-splits) no auge dos loucos anos ‘90, iniciou um percurso para a morte que nunca mais parou, até ontem, altura em que cotou nos 0,60 dólares por acção. Hoje, com o anúncio, está a cair 35% na NYSE para cerca de 0,36 dólares. Já nem sequer se pode falar de golpe de misericórdia, tanto mais para tipos como eu, que acreditam que as cotações são, na sua maioria e particularmente numa óptica de longo prazo, consequências e não causas. Uma companhia que teve uma capitalização bolsista superior a 20 biliões de dólares e que hoje vale pouco mais de 90 milhões, contando mesmo assim, aos dias de hoje, com quase 20000 empregados.

A Kodak, que inventou a película de rolo e abriu um mundo novo ao cinema no final do século XIX, a Kodak que morre por não ter sabido acompanhar a era digital e que, ironia das ironias, inventou em 1975 a primeira câmara digital do mundo.



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