quinta-feira, 3 de novembro de 2011

ECB Cuts Rates to 1.25% in Surprise Move... e aos senhores que mandam

Fodassssse! Estava a ver que não! Não é pelo corte em si, que não vai ter muito sucesso numa Europa manifestamente em frangalhos, à beira da claudicação do seu modelo inicial e incapaz de inventar políticas coesas e a uma só voz - eu disse coesas e a uma só voz - de índole expansionista. Aliás, seguir-se-ão novos cortes, não se tenham dúvidas. É, porque finalmente um banco central absolutamente embriagado pelo seu mandato único admite e reconhece que as políticas monetárias existem para serem usadas. É só por isso, não é por mais nada, está bem? Isso que vocês estão a fazer nada resolve, mas pelo menos deram o braço a torcer. É bonito. 
Se o modelo existente não é o desejável, então que se comece a construir a montante, pela via política. Mas enquanto isso não acontece sejam coerentes, caneco! Será o início de uma nova era de gestão, agora que Trichet saiu? Duvido, mas ainda assim o sinal está lá. Ah, e já agora, enquanto o modelo americano funciona, alterem lá o mandatozinho. Já se percebeu que o vosso já era.

Paralelamente e aproveitando a clarividência temporária de vocelências, seria desejável que a excelsa classe política se rodeasse de gente que entende destas matérias e tivesse a coragem de confrontar os seus povos, os seus eleitores, com a necessidade de mudanças fundamentais... ah, e já agora, que me descobrissem no entretanto um chefe de estado à altura de uma campanha desse calibre. A Europa não funciona sem um orçamento Europeu e, maior ainda, sem um Estado Europeu - Estados Unidos da Europa - e é esse o diagnóstico que não há coragem de fazer. Os sintomas estão todos lá e o médico não diagnostica em condições! Se um sistema desse tipo é uma tremenda utopia, isso já é outra história que merece ser estudada à exaustão. Eu, por exemplo, sou céptico em relação a isso por certas e determinadas razões, mas neste momento não tenho tempo. Agora, inadmissível é insistir-se na tese da austeridade e da redução do défice e da dívida por intermédio de orçamentos recessivos (depressivos?), inventado cimeiras atrás de cimeiras, com bonecos como Merkel e Sarkozy a desempenharam um papel decrépito enquanto se auto-intitulam regentes sei lá do quê,  porque nada disso vai funcionar. É matar o doente pela cura. Depois admiram-se de os "mercados", essa figura de bicho-papão, salivarem de cada vez que uma das vossas cimeiras termina.Tudo o que vocês decidem é um deleite para um trader profissinal, entendam isso (depois aprofundo). A Europa, mercê da manta de retalhos que constituem os seus povos, só tem duas hipóteses: ou reverte ao modelo pré-CEE, ou se federa a sério.


P.S. L., já te disse vezes sem conta que estamos a viver tempos notáveis. Eu sei que estou a ferver, que o Euro só tem 10 anos o que faz dele uma moeda jovem e o camandro. Mas que queres, isto tudo enerva-me.

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